segunda-feira

Criação de uma Mandala


Uma Mandala representa o Universo. No seu interior, abrigam-se as forças da natureza representadas num simbolismo perfeito. Cada Mandala cria um campo de poder, um espaço sagrado onde essas energias se instalam. Criar ou meditar a partir de uma Mandala é uma forma de religação com Deus.

Um elemento de suma importância é a circunferência que delimita a Mandala, tendo como origem o próprio ponto central. O espaço circular formado e limitado pela circunferência é preenchido com desenhos e elementos com as mais variadas ligações simbólicas, de acordo com os objetivos que se tem para a Mandala a ser criada.

A Mandala não é só para despertar ou atingir um grau maior de consciência, mas principalmente, sua função é de transformação de todos os caminhos pelos quais o homem responde ao mundo em todos os seus impulsos. Esta é a alquimia dos símbolos, cuja fonte é o poder que reside na Mandala, a mãe de todos os símbolos.

Jung descobriu que desenhar, pintar e sonhar com mandalas é parte natural do processo de individuação. Quando criamos uma mandala, geramos um símbolo pessoal que revela quem somos num dado momento. O círculo que desenhamos contém e até atrai partes conflitantes da nossa natureza. Mas, mesmo quando faz um conflito vir à tona, o ato de criar uma mandala produz uma inegável descarga de tensão. Talvez porque a forma do círculo nos recorde o isolamento seguro do ventre materno. Desenhar um círculo talvez seja algo como desenhar uma linha protetora ao redor do espaço físico e psicológico que identificamos como nós mesmos. Quando fazemos uma mandala, criamos nosso próprio espaço sagrado, um lugar de proteção, um foco para a concentração de nossas energias. Ao expressar nossos conflitos interiores na forma simbólica da mandala, projetamo-los para fora de nós mesmos. O simples ato de desenhar dentro do círculo pode fazer que experimentamos um sentido de unidade.

Antes de começar a desenhar, talvez seja útil aproveitar alguns momentos a mais para relaxar. Inale profundamente e imagine a tensão saindo do corpo a cada exalação. Um pouco de alongamento pode liberar pontos de tensão aqui e ali. Procure esvaziar a mente das preocupações do dia. Por um momento, deixe de lado as responsabilidades, certo de que poderá reassumir seus deveres ao fim da meditação com a mandala.

Uma vez relaxado, você talvez queira fechar os olhos e começar a focalizar a atenção em seu interior. Você pode notar formas, cores e configurações dançando diante dos olhos do espírito. Procurando pensar o mínimo possível; comece a selecionar tudo o que você necessita para a criação de sua mandala. Se nada lhe ocorrer, simplesmente continue até a próxima etapa. Guiado pela visão interior comece a desenhar suas visualizações interiores acompanhadas de suas cores e formas.

A próxima etapa é identificar a posição apropriada da mandala. Para fazê-lo, gire o desenho, olhando-o de todos os lados e por todos os ângulos. Procure desconsiderar as bordas do papel, olhando apenas o desenho em si.
Colocar datas nas mandalas é util para uma referência futura. Inclua dia, mês e ano. Mesmo que cada mandala seja única, se você não datá-las, pode ser difícil recordar sua sequência no tempo. Saber a sequência em que aparecem certas formas e cores ajuda a estabelecer seu significado e continuidade do processo de individuação.

Coloque a mandala à sua frente, de modo que a menor área fique em cima. É melhor olhar para as mandalas de uma distância de pelo menos um braço. Penetrar no âmago das mandalas e desfrutar do seu criativo universo pode ser uma das experiências menos acessíveis para a mente do homem ocidental, pois nem mesmo sabe apreciar uma flor sem tocá–la ou subtraí–la do campo.

A chamada mandala tridimensional, portanto, ressurge como um importante e prático instrumento da familiarização com este símbolo dos símbolos. Assim como ocorre com as mandalas planas , as tridimensionais possibilitam também nosso auto-conhecimento, desde que saibamos colocar toda nossa atenção, concentração e termos uma postura de meditação quando manipulamos a mesma. Na Índia, este tipo de mandala foi encontrado como um instrumento com a mesma finalidade do rosário. Em nosso continente, estas mandalas também chegaram e começam a integrar trabalhos terapêuticos com resultados animadores, principalmente na área do alcoolismo e da drogadição. Como a maior dificuldade do viciado é justamente entrar em contato com qualquer coisa, principalmente consigo mesmo, devido à sua necessidade de buscar a alienação, a mandala tridimensional deve ser utilizada como estímulo ao despertar do interesse de reestruturação vivencial. O caráter integrador da mandala faz nascer a proposta de cada um construir sua peça, o que faz com que expressem forte necessidade de desenvolverem uma nova estrutura de vida. E esta organização nada mais é do que o processo de autoconhecimento mandálico.

Construir uma mandala tridimensional ou plana é uma forma de se fazer a leitura de símbolos e a partir deles conhecer nossas próprias deficiências. A mandala tridimensional é um excelente recurso terapêutico,pois pode auxiliar a recuperar nossa motricidade, desbloquear a transmissão dos nossos sonhos e podermos a partir daí avaliá–los e entender-nos melhor. A estrutura da mandala tridimensional reafirma seu poder integrador: o número nove contido nela nos remete à sabedoria esotérica do retorno à unidade. Quer dizer, a numerologia também está presente na sua interpretação e movimentação esotérica. O homem dos tempos atuais, tocado pela extrema beleza que emana de seus olhos - que não deixam de ser uma mandala - busca constantemente e cada vez mais um impulso para a transformação do seu interior a partir da meditação através da mandala como um convite ao reencontro com sua unidade divina há muito esquecida.



Fonte: unipazsul.oeg.br




Pedra Luz

3 comentários:

  1. Anônimo1:18 PM

    Excelente este blog, parabens!!!! Apesar de nem ter percorrido todo o conteudo mas o q vi ja adorei, quanto mais se lê, menos vontade de sair dele.
    So senti falta de uma coisa, mais indicações de livros a respeito dos diversos assuntos, pelo menos os q encontrei sobre cristais e chakras, ja vou providenciar.
    Obrigada por se disporem a compartilhar conhecimentos, Parabens!!!
    Ivania Gama

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  2. Olá Ivana,

    Nós é que agradecemos a sua visita e os elogios.

    Obrigada pela dica, vamos sugerir novos livros em breve.

    Muita Luz

    Nadia
    Equipe Pedra Luz

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  3. Anônimo9:46 PM

    Boa noite. Muito interessante este texto de criação de mandala. Achei as orientações valiosas como forma de trabalhar a reconstrução ou exteriorização do "eu" de uma forma lenta, porém bem alicerçada e única a cada um. Parabéns e obrigada.

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